Por que comprar um apartamento na planta?

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Comprar um apartamento na planta pode ser a chave para realizar o sonho da casa própria sem abrir mão da personalização. Ao adquirir um imóvel ainda em construção, você tem a possibilidade de escolher acabamentos, plantas e, muitas vezes, de negociar diretamente com a construtora condições mais flexíveis de pagamento. Além disso, o preço inicial costuma ser mais baixo do que de um imóvel pronto, permitindo valorização durante a obra.

Outro benefício é que os empreendimentos novos seguem as normas de construção atuais, trazendo maior eficiência energética, tecnologia e áreas de lazer modernas. Para quem investe, o potencial de valorização é alto: ao fim da obra, o imóvel geralmente vale mais do que o total investido. Mas é importante escolher uma construtora de confiança e verificar o histórico de entregas para garantir tranquilidade durante todo o processo.

 

Comprar um apartamento na planta costuma ser celebrado como a chance de realizar o sonho da casa própria do seu jeito. E não é propaganda enganosa: ao adquirir um imóvel ainda em construção, você pode escolher acabamentos, divisões internas e até pequenos ajustes no layout. Não curte cozinha americana? Peça para levantar uma meia parede. Prefere um quarto maior e outro menor? Converse com a construtora. Esse grau de personalização é quase impossível em unidades prontas sem entrar em uma reforma cara.

Mais do que estética, entrar cedo em um projeto garante vantagens financeiras. Especialistas como a professora de finanas Patrícia Rodrigues, da FGV, lembram que o valor de lançamento tende a ser 20–30% menor que o de um apartamento pronto na mesma região. Isso ocorre porque a construtora precisa capturar clientes para financiar o canteiro de obras, e essa demanda inicial puxa os preços para baixo. A consultoria imobiliária Secovi-SP mostrou, em estudo recente, que apartamentos comprados na planta em 2018 valorizaram em média 45% até a entrega das chaves, superando com folga o CDI e a inflação do período. Ou seja, além de morar bem, há potencial de ganho.

A forma de pagamento também costuma ser mais suave. Em vez de assumir um financiamento bancário pesado desde o início, é comum parcelar o valor da entrada diretamente com a construtora ao longo da obra. Isso permite guardar o FGTS para um aporte maior na entrega das chaves ou reduzir o saldo devedor já na amortização inicial. Outra vantagem é poder negociar reajustes e abatimentos em feirões, como o Feirão da Caixa, que costuma oferecer taxas de juros promocionais e subsídios para unidades na planta. Vale a pena acompanhar o calendário e conversar com seu corretor para se programar.

Para ilustrar, pense no caso da Ana e do Bruno, um casal curitibano que sonhava em sair do aluguel. Em 2022 eles fecharam um contrato de uma unidade na planta pagando R$ 30 mil de entrada dividida em 18 parcelas. Além de poder escolher porcelanato e cores de granito, aproveitaram para fazer um home office integrado ao living, algo imprescindível no trabalho híbrido. Dois anos depois, com a obra quase pronta, descobriram que seu apartamento já havia valorizado 35% em relação ao que pagaram – um ganho que, segundo eles, não conseguiriam aplicando o dinheiro em renda fixa. A experiência só não foi perfeita porque a entrega atrasou quatro meses, mas eles estavam preparados com um fundo de emergência justamente para esse tipo de imprevisto.

Nem todos os exemplos são positivos: o advogado Tiago Almeida, especialista em direito imobiliário, alerta para o caso de um cliente que comprou na planta de uma incorporadora desconhecida no interior de São Paulo. A obra não saiu do papel e hoje ele enfrenta uma batalha judicial para reaver os valores. Por isso, nunca pule a etapa de pesquisar o histórico da construtora. Consulte o CNPJ, verifique se há reclamações em sites como Reclame Aqui, analise outras obras entregues e, se possível, converse com compradores antigos. Leia também o contrato com calma e fique atento à cláusula de tolerância de prazo (normalmente 180 dias) e às multas em caso de desistência. Uma boa assessoria jurídica evita dores de cabeça futuras.

Outro ponto pouco discutido é a infraestrutura do entorno. Comprar na planta muitas vezes significa apostar na revitalização de uma região. O urbanista Marcelo Branco lembra que bairros inteiros de Curitiba, como o Cabral e o Batel, passaram por transformação quando grandes empreendimentos chegaram. Isso valoriza o metro quadrado, mas também pode trazer canteiros de obras ao lado da sua janela por anos. Visite o local em horários diferentes, observe a oferta de serviços e questione a prefeitura sobre projetos de mobilidade previstos para a área.

Na hora de comparar a compra na planta com uma unidade usada, coloque os custos na ponta do lápis. O economista José Augusto, colunista do Valor Investe, argumenta que o maior risco é a falta de previsão: não sabemos como estará a economia quando o imóvel ficar pronto. Se os juros subirem muito, o financiamento na entrega pode pesar. Por outro lado, quem compra pronto assume de imediato o IPTU, condomi­nio e eventuais reformas de manutenção. Em tempos de Selic alta, pode ser mais vantajoso travar um contrato hoje e aguardar para financiar depois, quando as taxas caírem.

Minha opinião é que comprar na planta faz sentido para quem tem disciplina financeira, está disposto a esperar e busca algo personalizado. Como gestor da Ventura Imóveis, já vi clientes realizarem o sonho do apartamento perfeito e ainda verem seu patrimônio crescer antes mesmo de se mudar. Mas também já acompanhei casos de frustração por falta de pesquisa. Portanto, informe-se, consulte especialistas, avalie seu fôlego financeiro e não tenha pressa em assinar. Como diz o ditado, o apressado come cru, e no mercado imobiliário isso pode significar anos de dor de cabeça.

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